Estimativa 2012 validado para o ano de 2013
Instituto de Câncer no Brasil
Apresentação
O problema do
câncer no Brasil ganha relevância pelo perfil epidemiológico que essa doença
vem apresentando, e, com isso, o tema tem conquistado espaço nas agendas
políticas e técnicas de todas as esferas de governo. O conhecimento sobre a
situação dessa doença permite estabelecer prioridades e alocar recursos de
forma direcionada para a modificação positiva desse cenário na população
brasileira.
As estimativas apresentadas nesta edição são mais uma
ferramenta importante para o desenvolvimento do sistema de vigilância de
câncer, para o qual o grande desafio é colocar em prática o uso dessas
informações e o conhecimento da realidade do país, a fim de que as necessidades
da população sejam priorizadas e atendidas pela política pública de saúde,
conforme preconizado, pelo Ministério da Saúde, no Plano de Ações Estratégicas
para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil,
2011-2022.
Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva
Diretor Geral
Instituto Nacional de Câncer
_______________________________
Introdução
Assim, nas últimas décadas, o câncer ganhou uma
dimensão maior, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública
mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, no ano 2030,
podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes
por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer. O maior
efeito desse aumento vai incidir em países de baixa e média rendas.
Em países com grande volume de recursos financeiros,
predominam os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon. Em países de baixo e
médio recursos, os cânceres predominantes são os de estômago, fígado, cavidade
oral e colo do útero. Mesmo na tentativa de se criar padrões mais
característicos de países ricos em relação aos de baixa e média rendas, o
padrão está mudando rapidamente, e vem-se observando um aumento progressivo nos
cânceres de pulmão, mama e cólon e reto, os quais, historicamente, não
apresentavam essa importância e magnitude. Medidas preventivas devem ser
implementadas agora para reduzir a carga do câncer, como, por exemplo, o
controle do tabagismo, contra os cânceres tabaco-relacionados, e a vacinação
para hepatite, contra o câncer do fígado.
Seguindo tendência mundial, notam-se, no Brasil,
processos de transição que têm produzido importantes mudanças no perfil das
enfermidades que acometem a população, observando-se, a partir dos anos 1960,
que as doenças infecciosas e parasitárias deixaram de ser a principal causa de
morte, sendo substituídas pelas doenças do aparelho circulatório e pelas
neoplasias. Essa progressiva ascensão da incidência e da mortalidade por
doenças crônico-degenerativas, conhecida como transição epidemiológica, tem
como principal fator o envelhecimento da população, resultante do intenso
processo de urbanização e das ações de promoção e recuperação da saúde.
No Brasil, tem-se a particularidade de dimensões territoriais muito grandes que levam a marcadas diferenças regionais, sejam nos aspectos culturais, sociais e econômicos; seja na ocorrência das patologias e na distribuição dos fatores de risco associados a essas diferenças.
No Brasil, tem-se a particularidade de dimensões territoriais muito grandes que levam a marcadas diferenças regionais, sejam nos aspectos culturais, sociais e econômicos; seja na ocorrência das patologias e na distribuição dos fatores de risco associados a essas diferenças.
É com base nas informações de 19 RCBP hoje existentes
no Brasil, alimentados por uma rede de 260 RHC, que se consolida o sistema de
morbidade por câncer e, por conseguinte, agregam-se, ao sistema nacional,
informações sobre mortalidade para os cálculos das estimativas apresentadas a
seguir.
foram selecionadas 18 localizações, que atendem não
somente à magnitude da doença como também ao seu impacto sobre determinados
segmentos da população.
No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 serão válidas também para o ano de 2013 e apontam a ocorrência de aproximadamente 518.510 casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma, reforçando a magnitude do problema do câncer no país. Sem os casos de câncer da pele não melanoma, estima-se um total de 385 mil casos novos. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino; e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireoide para o sexo feminino.
No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 serão válidas também para o ano de 2013 e apontam a ocorrência de aproximadamente 518.510 casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma, reforçando a magnitude do problema do câncer no país. Sem os casos de câncer da pele não melanoma, estima-se um total de 385 mil casos novos. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino; e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireoide para o sexo feminino.
São esperados um total de 257.870 casos novos para o
sexo masculino e 260.640 para o sexo feminino. Confirma-se a estimativa que o
câncer da pele do tipo não melanoma (134 mil casos novos) será o mais incidente
na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (60 mil), mama
feminina (53 mil), cólon e reto (30 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e
colo do útero (18 mil)
Os 5 tumores mais incidentes para o sexo masculino (Tabela
1)
serão o câncer de pele não melanoma (63 mil casos novos), próstata (60 mil),
pulmão (17 mil), cólon e reto (14 mil) e estômago (13 mil). Para o sexo feminino
(Tabela
1),
destacam-se, entre os 5 mais incidentes, os tumores de pele não melanoma (71
mil casos novos), mama (53 mil), colo do útero (18 mil), cólon e reto (16 mil)
e pulmão (10 mil).
Brasil (Consolidado)
Estimativas para o ano de 2012 das taxas brutas de
incidência por 100 mil habitantes e de número de casos novos por câncer,
segundo sexo e localização primária* (TABELA
1)
Localização Primária
Neoplasia Maligna |
Estimativa
dos Casos Novos
| |||||||
Homens
|
Mulheres
| |||||||
Estados
|
Capitais
|
Estados
|
Capitais
| |||||
Casos
|
Taxa Bruta
|
Casos
|
Taxa Bruta
|
Casos
|
Taxa Bruta
|
Casos
|
Taxa Bruta
| |
Próstata
|
60.180
|
62,54
|
15.660
|
75,26
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Mama Feminina
|
-
|
-
|
-
|
-
|
52.680
|
52,50
|
18.160
|
78,02
|
Colo do Útero
|
-
|
-
|
-
|
-
|
17.540
|
17,49
|
5.050
|
21,72
|
Traqueia, Brônquio e Pulmão
|
17.210
|
17,90
|
4.520
|
21,85
|
10.110
|
10,08
|
3.060
|
13,31
|
Cólon e Reto
|
14.180
|
14,75
|
4.860
|
23,24
|
15.960
|
15,94
|
5.850
|
25,27
|
Estômago
|
12.670
|
13,20
|
3.200
|
15,34
|
7.420
|
7,42
|
2.170
|
9,47
|
Cavidade Oral
|
9.990
|
10,41
|
2.760
|
13,34
|
4.180
|
4,18
|
1.130
|
4,92
|
Laringe
|
6.110
|
6,31
|
1.540
|
7,56
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Bexiga
|
6.210
|
6,49
|
1.900
|
9,28
|
2.690
|
2,71
|
880
|
3,72
|
Esôfago
|
7.770
|
8,10
|
1.500
|
7,26
|
2.650
|
2,67
|
520
|
2,27
|
Ovário
|
-
|
-
|
-
|
-
|
6.190
|
6,17
|
2.220
|
9,53
|
Linfoma não Hodgkin
|
5.190
|
5,40
|
1.560
|
7,66
|
4.450
|
4,44
|
1.560
|
6,85
|
Glândula Tireoide
|
-
|
-
|
-
|
-
|
10.590
|
10,59
|
3.490
|
14,97
|
Sistema Nervoso Central
|
4.820
|
5,02
|
1.190
|
5,82
|
4.450
|
4,46
|
1.200
|
5,23
|
Leucemias
|
4.570
|
4,76
|
1.180
|
5,81
|
3.940
|
3,94
|
1.180
|
5,02
|
Corpo do Útero
|
-
|
-
|
-
|
-
|
4.520
|
4,53
|
1.700
|
7,39
|
Pele Melanoma
|
3.170
|
3,29
|
810
|
4,05
|
3.060
|
3,09
|
790
|
3,46
|
Outras Localizações
|
43.120
|
44,80
|
11.100
|
53,33
|
38.720
|
38,61
|
10.320
|
44,50
|
Subtotal
|
195.190
|
202,85
|
51.780
|
248,60
|
189.150
|
188,58
|
59.280
|
254,86
|
Pele não Melanoma
|
62.680
|
65,17
|
14.620
|
70,39
|
71.490
|
71,30
|
15.900
|
68,36
|
Todas as Neoplasias
|
257.870
|
267,99
|
66.400
|
318,79
|
260.640
|
259,86
|
75.180
|
323,22
|
* Números arredondados para 10 ou múltiplos de 10
A distribuição dos casos novos de câncer segundo o tipo de tumor e segundo as cinco regiões do país, para o sexo masculino, mostra-se heterogênea entre Estados e capitais do país, o que fica em evidência ao se observar a representação espacial das diferentes 27 taxas brutas de incidência. As regiões Sul e Sudeste, de maneira geral, apresentam as maiores taxas, enquanto as regiões Norte e Nordeste, as menores. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.
A distribuição dos casos novos de câncer segundo o tipo de tumor e segundo as cinco regiões do país, para o sexo masculino, mostra-se heterogênea entre Estados e capitais do país, o que fica em evidência ao se observar a representação espacial das diferentes 27 taxas brutas de incidência. As regiões Sul e Sudeste, de maneira geral, apresentam as maiores taxas, enquanto as regiões Norte e Nordeste, as menores. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.
Para o enfrentamento do câncer, são necessárias ações que
incluam: educação em saúde em todos os níveis da sociedade; promoção e
prevenção orientadas a indivíduos e grupos (não esquecendo da ênfase em
ambientes de trabalho e nas escolas); geração de opinião pública; apoio e
estímulo à formulação de leis que permitam monitorar a ocorrência de
casos.
Para que essas ações sejam bem-sucedidas, será necessário ter como base as propostas em informações oportunas e de qualidade (consolidadas, atualizadas e representativas) e análises epidemiológicas a partir dos sistemas de informação e vigilância disponíveis.
Para que essas ações sejam bem-sucedidas, será necessário ter como base as propostas em informações oportunas e de qualidade (consolidadas, atualizadas e representativas) e análises epidemiológicas a partir dos sistemas de informação e vigilância disponíveis.
Sintese dos Resultados e Comentarios
Apresenta-se uma síntese das estimativas de
incidência para o ano de 2012 no Brasil, assim como breves comentários sobre os
tipos de câncer de maior magnitude que são passíveis de prevenção primária
(prevenção da ocorrência) ou secundária (detecção precoce).
Câncer da mama feminina
Em 2012, esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos
novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil
mulheres (Tabela
1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil).
Comentário
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer.
A idade continua sendo o principal fator de risco para o câncer de mama. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Contudo, outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como, por exemplo, aqueles relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama). Além desses, a exposição à radiação ionizante, mesmo em baixas doses, também é considerada um fator de risco, particularmente durante a puberdade, segundo mostram alguns estudos.
Com relação à vida reprodutiva da mulher, cabe ressaltar que o número de ciclos ovarianos está diretamente associado ao risco de desenvolver câncer da mama, diminuindo cerca de 15% a cada ano de retardo do início da menarca, bem como aumentando aproximadamente 3% a cada ano de retardo da menopausa. Sabe-se que a menopausa artificial apresenta efeito semelhante à menopausa natural.
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer.
A idade continua sendo o principal fator de risco para o câncer de mama. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Contudo, outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como, por exemplo, aqueles relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama). Além desses, a exposição à radiação ionizante, mesmo em baixas doses, também é considerada um fator de risco, particularmente durante a puberdade, segundo mostram alguns estudos.
Com relação à vida reprodutiva da mulher, cabe ressaltar que o número de ciclos ovarianos está diretamente associado ao risco de desenvolver câncer da mama, diminuindo cerca de 15% a cada ano de retardo do início da menarca, bem como aumentando aproximadamente 3% a cada ano de retardo da menopausa. Sabe-se que a menopausa artificial apresenta efeito semelhante à menopausa natural.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente
bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de
mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito
provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. A
sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem
apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Entretanto, nos países em
desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.
Câncer da próstata
Para o Brasil, no ano de 2012, estimam-se 60.180
casos novos de câncer da próstata. Esses valores correspondem a um risco
estimado de 62 casos novos a cada 100 mil homens (Tabela
1).
Nas regiões Sudeste (78/100 mil) e Nordeste (43/100 mil), o câncer da próstata é o mais incidente entre os homens. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, é o mais frequente nas regiões Centro-Oeste (75/100 mil), Sul (68/100 mil) e Norte (30/100 mil).
Nas regiões Sudeste (78/100 mil) e Nordeste (43/100 mil), o câncer da próstata é o mais incidente entre os homens. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, é o mais frequente nas regiões Centro-Oeste (75/100 mil), Sul (68/100 mil) e Norte (30/100 mil).
Comentário
A última estimativa mundial apontou o câncer da próstata como sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008. Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países desenvolvidos. A taxa de incidência mundial cresceu cerca de 25 vezes, sendo as mais altas observadas na Austrália, Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA).
O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer da próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos de câncer da próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida mundial, é esperado que o número de casos novos aumente cerca de 60% até o ano de 2015. Além desse, a raça/etnia e a história familiar da doença também são consideradas fatores de risco para esse tipo de neoplasia. O câncer da próstata é aproximadamente 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens brancos. Outro fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, também contribui como fator de risco a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e Ômega-3 aparecem como fatores protetores.
A última estimativa mundial apontou o câncer da próstata como sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008. Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países desenvolvidos. A taxa de incidência mundial cresceu cerca de 25 vezes, sendo as mais altas observadas na Austrália, Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA).
O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer da próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos de câncer da próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida mundial, é esperado que o número de casos novos aumente cerca de 60% até o ano de 2015. Além desse, a raça/etnia e a história familiar da doença também são consideradas fatores de risco para esse tipo de neoplasia. O câncer da próstata é aproximadamente 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens brancos. Outro fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, também contribui como fator de risco a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e Ômega-3 aparecem como fatores protetores.
A mortalidade por esse tipo de neoplasia apresenta um
perfil ascendente semelhante ao da incidência no Brasil, embora sua magnitude
seja mais baixa. Pode ser considerado um câncer de bom prognóstico se
diagnosticado e tratado oportunamente. Programas de controle da doença são
aplicáveis para a redução da mortalidade, entretanto, os métodos de
rastreamentos atuais, como o PSA, não mostraram, até o momento, sucesso na
redução da mortalidade.
Câncer do colo do útero
Para o Brasil, no ano de 2012, esperam-se 17.540
casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 17 casos a
cada 100 mil mulheres (Tabela
1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte (24/100 mil). Nas regiões Centro-Oeste (28/100 mil) e Nordeste (18/100 mil) ocupa a segunda posição mais frequente, na região Sudeste (15/100 mil), a terceira, e na região Sul (14/100 mil). A quarta posição na região Norte.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte (24/100 mil). Nas regiões Centro-Oeste (28/100 mil) e Nordeste (18/100 mil) ocupa a segunda posição mais frequente, na região Sudeste (15/100 mil), a terceira, e na região Sul (14/100 mil). A quarta posição na região Norte.
Comentário
O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública no mundo. As mais recentes estimativas mundiais apontam 529 mil casos novos desse câncer em mulheres para o ano de 2008, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Em geral, a razão mortalidade/incidência é de 52%, sendo responsável pelo óbito de 275 mil mulheres em 2008. Mais de 85% desses óbitos ocorrem em países em desenvolvimento. Somente a Índia, que é o segundo país mais populoso do mundo, contribui com cerca de 27% dos óbitos por esse câncer.
A incidência do câncer do colo do útero manifesta-se a partir da faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos. Uma provável explicação para as altas taxas de incidência em países em desenvolvimento seria a inexistência ou a pouca eficiência dos programas de rastreamento. Com exceção do câncer da pele não melanoma, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública no mundo. As mais recentes estimativas mundiais apontam 529 mil casos novos desse câncer em mulheres para o ano de 2008, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Em geral, a razão mortalidade/incidência é de 52%, sendo responsável pelo óbito de 275 mil mulheres em 2008. Mais de 85% desses óbitos ocorrem em países em desenvolvimento. Somente a Índia, que é o segundo país mais populoso do mundo, contribui com cerca de 27% dos óbitos por esse câncer.
A incidência do câncer do colo do útero manifesta-se a partir da faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos. Uma provável explicação para as altas taxas de incidência em países em desenvolvimento seria a inexistência ou a pouca eficiência dos programas de rastreamento. Com exceção do câncer da pele não melanoma, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
No Brasil, a estratégia de rastreamento recomendada
pelo Ministério da Saúde é o exame citopatológico prioritariamente em mulheres
de 25 a 64 anos. Faz-se necessário, portanto, garantir a organização, a
integralidade e a qualidade dos programas de rastreamento, bem como o
seguimento das pacientes.
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